segunda-feira, 25 de maio de 2009

BANCO MUNDIAL ANTEVÊ MAIOR IMPACTO DA CRISE EM ÁFRICA...





Luanda – O representante do Banco Mundial em Angola, Ricardo Gazel, declarou hoje, segunda-feira, em Luanda, que se prevê que a crise financeira global venha a ter maior impacto em África, com aumento da pobreza e redução dos índices de desenvolvimento humano.
Ricardo Gazel dissertava sobre “Crise financeira global e os seus efeitos no continente africano” no colóquio sobre “A paz, reconciliação e reconstrução no continente africano”, organizada para saudar o 46º aniversário da fundação da Organização de Unidade Africana (OUA), actual União Africana (UA), que hoje se assinala.
Referiu que a crise financeira que se agudizou em Outubro do ano passado, provocando a redução dos índices de crescimento económico, com destaque nos países mais avançados, vai reduzir o fluxo de capital para África.
Adianta que já no ano passado a ajuda estrangeira foi menos de 20 mil milhões de dólares que o prometido, situação que agrava com a baixa dos preços dos produtos primários.
Acredita que no âmbito social, para além do aumento da pobreza e da fome, a crise financeira global poderá provocar também o aumento da mortalidade infantil e da tensão política e social.
Ricardo Gazel afirmou que os dados disponíveis indicam que 40 porcento dos países em desenvolvimento estão altamente expostos ao perigo da crise, 50 em risco moderado e apenas 10 porcento com “risco pequeno”.
Estimam-se hoje que 75 milhões de pessoas podem ser atingidas pela pobreza em 2009, além de 130 a 157 milhões que já passam privações desde 2008 devido à crise dos preços dos alimentos e do petróleo.
Calcula-se que 1,4 e 2,8 milhões de crianças venham a morrer nos próximos cinco anos, elevando os índices de mortalidade infantil.
O economista afirmou que o continente africano recebeu em 2007, pela primeira vez, mais investimento estrangeiro privado (53 mil milhões de dólares) que ajuda financeira internacional, mas a crise impediu a continuidade dos programas de investimentos.
A título de exemplo, citou a República Democrática do Congo onde a expectativas de entrada de investimento baixou 1,8 mil milhões de dólares, e as bolsas caíram 40 porcento na Nigéria.

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